Especialistas da JA Solar debateram sobre o tema na 3ª edição do Canal Conecta
As certificações, como RETC e PVEL, por exemplo, trazem para o cliente final, de fato, a questão de que o que ele está comprando realmente vai ter a produção, a geração que o mesmo está procurando. É o que afirmou Matheus Elias Gil, gerente de Vendas da JA Solar.
Durante a 3ª edição do Canal Conecta, congresso realizado na FPS (Faculdade Pernambucana de Saúde), em Recife (PE), o executivo discorreu sobre os critérios que devem ser analisados por investidores na hora de comprar um módulo fotovoltaico.
Segundo ele, os ensaios, as certificações, são testes que trazem para o consumidor final, seja investidor ou cliente residencial, o que vai ser a realidade no projeto, no campo. “Os painéis são submetidos, no caso, a uma sequência de testes para realmente trazer a realidade antes da produção, e a gente avaliar a questão da qualidade antes da produção do módulo”.
“Tais testes certificam que os painéis solares passaram por um estresse – como estresse mecânico, por exemplo – que no campo, realmente, eles vão ter que passar de qualquer jeito”, frisou.
Felipe Yugo Yamaguishi, gerente de Vendas da JA Solar, também esteve palestrando no evento ao lado de Gil e elencou os principais tópicos debatidos. “A palestra teve um viés de causar um questionamento no instalador de pequeno a médio porte”.
“Acontece que, muitas vezes na GD residencial e industrial de pequeno porte, os integradores acabam ignorando alguns critérios para focar em preços, visto que o consumidor final quer um payback mais rápido. Porém, a intenção do nosso debate é causar o questionamento de quais são os critérios – além do preço – que estão sendo levados em consideração e qual é a confiabilidade daquele fornecedor para fornecer uma garantia de longo prazo”, ressaltou.
Na visão do executivo, por mais que o setor esteja muito concorrido em relação a número de fornecedores e preços, há vários pontos que precisam ser levados em consideração quando um produto de alta garantia é vendido. “O principal equipamento da usina é o módulo, porém muitas vezes o integrador acaba ignorando critérios importantes devido a competição de preços”.
Mudanças no Tier 1
Ao longo do Canal Conecta, o gerente de vendas da JA também destacou quais foram as mudanças nos critérios de análise dos projetos que são qualificáveis para ser considerado um fabricante Tier 1.
“Nesse ano, a primeira e mais importante alteração da Bloomberg foi o critério de potência mínima de 1,5 MW para 5 MW. Antigamente, a gente tinha seis usinas de 1,5 MW financiadas por bancos que não são bancos de desenvolvimento – como o BNDES, aqui no Brasil, que tem taxas incentivadas”, exemplificou.
“Agora, nesse ano, mantém-se ainda a regra dos bancos que não possuem taxas incentivadas (bancos de desenvolvimento), porém só são considerados projetos com 5 MW ou mais. Até pela questão da redução no custo de implementação dos sistemas fotovoltaicos, há muita facilidade em se ter usinas de investimento próprias”, enfatizou Yamaguishi.
Conforme o executivo, a energia solar está muito barata, então é muito comum ver grupos se juntando para fazer usinas de 1, 1,5 MW no Brasil e em outros países, pois é um investimento bastante favorável em termos de retorno de capital.
Portaria nº 140
Outro ponto enfatizado por Matheus Elias Gil na palestra foi como as atualizações da Portaria nº 140 do Inmetro podem impactar os integradores e investidores na hora de adquirir o módulo para o projeto.
“A atualização da Portaria, que agora é 140, traz a questão da tolerância. Antigamente, tínhamos
uma tolerância negativa, que era permitido – o que em algum momento, por tratarmos de produtos
em larga escala, era permitido justamente para equiparar um pouco a questão de sua fabricação”, comentou.
“Mas, infelizmente, muita gente usava para o entregar um produto inferior, de propósito. Víamos que alguns fabricantes tinham essa característica para entregar um painel mais barato, mas consequentemente com menor potência”, pontou o especialista.
“A partir desse ano, conseguimos, após muitas lutas e buscando atualizações junto ao Inmetro, de não ter mais a tolerância negativa e somente positiva. Com isso, o consumidor final acaba ganhando também, não tem mais a questão de perder um pouco em relação a eficiência, adicionando a questão do custo no painel”, concluiu.